quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Perdendo-se e encontrando-se no cotidiano.

Continuando o percurso de nossas reflexões sobre a perspectiva/concepção do povo brasileiro frente a sua organização política, entramos no difícil mundo do cotidiano, aquele composto de dia após dia, hora após hora, com obrigações, contas a pagar, burocracia e uma rotina muitas vezes penosa.

Já pararam pra analisar quanto tempo perdemos fazendo coisas no "automático"? Coisas que não sabemos por que fazemos, mas que nos é jogado como obrigação, e não somente as aceitamos como incluimos certos rituais ao nosso tão precioso e valioso dia a dia.

Começamos a questionar e refletir sobre tudo, desde a ida ao supermercado, até a saída do trabalho direto pra casa, que tem que ser feita tediosamente nos mesmos horários, das mesmas formas e com os mesmos caminhos. 

A mudança, de modo geral, é algo realmente difícil para o homem, em todos os seus aspectos. Se nos parece tão complicado mudar o itinerário, mudar o local de compras, imagina mudar uma construção de opinião que nos foi apresentado como a "correta e única" desde o princípio de nossas vidas...

Se apresentar para o novo pode ser algo libertador, mas ao mesmo tempo assustador. São vários os escritos que temos sobre isso (desde textos científicos até livros de auto ajuda), sobre a tentativa, sobre o diferente, sobre o começar, e re-começar, mas todos eles nos são apresentados dentro de um certo limite, ou seja, por mais que você seja incentivado à mudança, ela não pode ultrapassar aquela certa barreira que foi imposta como "correta e única".

Um exemplo que comentávamos foi sobre o espaço da mídia na TV. Muitos já são os brasileiros que perceberam ou percebem a cada dia a manipulação existente nos programas de tv, e o quanto elas são irreais diante da vida do brasileiro (exemplo recente da opinião de Bóris Casoy em rede nacional, no qual comentaremos mais a fundo em breve), mudar de canal parece uma mudança positiva, mas consegue imaginar a população sem assistir aos programas de tv?  Não digo desligar a tv por algumas horas e ligar naquele filme "cool", cheio de propagandas embutidas, digamos em NÃO POSSUIR UMA TELEVISÃO EM CASA. Essa é uma mudança real, mas como dissemos, ultrapassa a barreira do "único". Como vamos nos manter informados, nessa sociedade, sem televisão? Obviamente, é algo possível, pois existem outros meios de comunicação, mas ter uma tv é algo totalmente "obrigatório" a cada homem que vive nesse território, ao menos urbano.

Refletimos sobre diversos exemplos de rompimento com o "correto e único", e entre eles, a nossa sociedade do consumo. Quantas futilidades temos em nossas vidas, diariamente, como algo essencial a nossa sobrevivência?  E porque as consumimos, sem ao menos a reflexão do que é realmente necessário ou não em nossas vidas? É como se estivéssemos no automático, e suscetíveis a todo tipo de manipulação, aberto para o que nos dizem ser bom ou ruim, mas incapazes de fazer um julgamento próprio se a coisa é realmente boa ou não.

Romper e resistir pode significar inúmeras virtudes em um homem. Mas para que sua aplicação se torne efetiva, devemos começar de baixo, no minuto a minuto do nosso cotidiano. Sair do automático e buscar o significado em nossas ações. O que estou fazendo agora, nesse instante, tem um real significado pra mim? E qual seria essa sensação que estou sentindo? Libertadora ou mecânica?  Até que ponto minhas ações podem trazer prejuízos ou benefícios para quem está no meio de minha convivência? Sou capaz de mudanças que beneficiam não somente a mim, mas a outro grupo que não seja o que estou inserido?

Somos capazes de coisas incríveis, basta a coragem necessária para romper e comprovar.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Opiniões distintas; uma visão pessimista (e conformista)

Continuando nossas buscas pela perspectiva da população sobre a anulação dos votos, conversamos com um senhor (aliás, bastante simpático e extrovertido) mas com um ponto de vista digamos, um tanto quanto pessimista.

Após a conversa refletimos.... será essa uma exceção entre as demais sobre o motivo da anulação do voto? Mas se essa é uma das únicas, porque o povo brasileiro continua estático, dentro de suas casas frente as suas TV´s?

Para que reflitam conosco, vamos aos principais comentários desse homem, cuja opinião se diverge das que tivemos até o momento.

"Muitas vezes, como ontem e hoje, os jovens querem procurar pelo em ovo. Não tem nenhum movimento se articulando ou algo de novo acontecendo (...) eu anulei meu voto porque cansei de tanta roubalheira. Estou aguardando um candidato que mostre confiança e uma boa índole (?? também ficamos confusos com essa afirmação??).  Não precisa mudar nada de forma extrema, a vida hoje está muito melhor do que anos atrás, principalmente no período em que presenciamos a ditadura (...) falta alguém de punho firme e vergonha na cara pra governar nossa nação."

Tentamos dialogar sobre a impossibilidade de um único homem, por mais que suas intenções e convicções sejam em pró do coletivo, de mudar toda uma estrutura que gera a organização política de forma corrupta e concede privilégios a poucos. O homem nos olhou com um sorriso meio sarcástico e demonstrou um tom de desilusão ao falar: "Não adianta, a população não quer saber disso. Eles querem viver suas vidinhas tranquilas, e culpabilizar o Criador pela miséria e desgraça alheia. E isso não somente as famílias de classe média, como também as menos favorecidas. O que não falta são igrejas nas periferias, você sabe disso."

Sim, o pior é que realmente sabemos o quanto poderosa é a forma de alienação que diversas religiões proporcionam aos homens. Para alguns, pode ser a fuga de si mesmo, a busca de algo além que suas vidas vazias e ingratas podem lhe oferecer. Para outros, é a perspectiva de que realmente existe algo muito maior do que podemos enxergar com os olhos,  mas de qualquer forma, não podemos negar o quanto ela distancia o homem de sua própria realidade, de sua própria construção e possibilidade de transformação de uma sociedade.

Desilusões a parte, sabemos que o primeiro passo foi dado. Não podemos negar a extrema importância e o significado da anulação dos votos por uma maior parcela da sociedade brasileira.

O desafio consiste em transformar esse significado pessoal em uma construção coletiva. Sabemos que, por mais que as opiniões sejam divergentes, tem um objetivo em comum a todos. A essência única está no próprio movimento da anulação dos votos, mas isso ainda é o início. Devemos e podemos ir além, conversando e debatendo, seja com a pessoa ao lado que espera o ônibus, seja com nossos colegas de trabalho, com nossos familiares, enfim, buscar nossas semelhanças nas desilusões que nos impulsam para "algo maior" que está logo ali, virando a esquina.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Eduardo Galeano - quatro frases que fazem o nariz do Pinóquio crescer

Entre comentários das postagens dos blogs, e reflexões sobre a Cúpula de Copenhagen 2009 (salvo por discursos muito lúcidos de dois representantes nacionais de países bolivarianos), relembramos os comentários do escritor e jornalista Eduardo Galeano, que foi publicado pela revista Fórum em dezembro de 2009.

A lucidez de tantos outros irmãos latinos americanos nos fazem crer, cada vez mais, que a anulação dos votos brasileiros realmente mostra "algo maior", algo que está inserido (ou quem sabe inserindo-se) na consciência de nossa população, mas que por complexas questões de ordem ideológica (que mostram-se refletidas culturalmente) ainda não se manifestaram de forma convicta e transparente,  a ponto de impedir a posse do presidente que o povo não elegeu.

O que lhes faltam para movimentar os músculos da boca e eclodir com toda força e harmonia o som de libertação, que já se formou no imaginário e se refletiu nas urnas, mas que teima em continuar no mundo das idéias e no silêncio pertubardor de cada indivíduo?

Duas palavras talvez seja o ponto chave: mobilização e organização. No demais, duvido que o povo brasileiro já não o tenha descoberto.

Mas enfim, essa postagem é para compartilhar com vocês a reflexão de Eduardo Galeano (disponível na íntegra aqui ), e comprovar, a cada dia, que não estamos sozinhos em nossas certezas de um modelo de Governo falido, injusto, impostor e desumano.

Segue abaixo um pequeno trecho:

"(...)A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobra dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles. (...)"

domingo, 3 de janeiro de 2010

Sobre a felicidade

Certa vez li algo sobre a felicidade: "A felicidade é um tripe que consiste em família, emprego e harmonia espiritual. Quando estes três itens estão em perfeito equilíbrio você estará feliz."
Porém não concordamos muito com a teoria do autor.

Vivemos em uma sociedade onde a grande maioria não tem condições de ter 03 refeições por dia. Como podemos ser felizes tendo em mente que pessoas de nossa pátria passam fome e não tem nem mesmo um lar, não tem nenhuma esperança e a felicidade é apenas uma palavra sem sentido.

Os governantes para camuflar este efeito colateral provocado pela sua ganancia e corrupção, distribuem esmola e uma péssima assistência social para iludir a população que estão fazendo a sua parte.

A partir do momento que pessoas que estão no poder utilizam recursos públicos para enriquecer, ou invés de oferecer dignidade e esperança a população faz com que o vazio e a vontade de mudança corra em nossas veias e em nossos corações.

Um primeiro passo deve ser dado para qualquer tipo de mudança, não votar pode (ou não) ser um deles, mas o mais importante é que não estamos satisfeitos com o que está ocorrendo em nosso país e de alguma forma estamos demonstrando isso.

Não deixe que a mídia influencie suas decisões, não se iluda que o país está melhorando por que conseguiu comprar um carro zero pagando parcelas em 72 vezes, seja mais que isso, evolua. "Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo."

Ajude a tornar a sua sociedade mais justa, o povo brasileiro precisa de você.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Um pequeno grupo de estudantes com um imenso potencial.

Em conversa com alguns estudantes universitários (que assim como nós não se dislumbram com as festividades do final/início do ano) foi inevitável o assunto sobre o reduzido número de votos computados que possibilitou a posse do presidente da República Federativa do Brasil.

Dialogamos a respeito da imobilidade da população, que mesmo participando ativamente com a anulação dos votos, não se manifestou com a posse do novo representante do país.

Uma frase convicta e complexa foi dita por um deles: "Algo maior está chegando, que ultrapassa as fronteiras do Brasil".

Tentamos uma maior explicação sobre tal afirmação, mas não obtemos nenhuma resposta concreta, apenas algumas justificativas, talvez  pessoais, sobre a anulação de seus votos:  "Todos viram que um operário foi pro poder, e se transformou em opressor como todos aqueles que o cercavam. No meio em que ele estava, sabia desde sempre que jamais seria possível colocar os ideais de um trabalhador em prática"

Um outro jovem vai mais além, com os olhos brilhantes e o semblante sereno nos disse: "Meu sonho não cabe em uma urna, e ainda ouço por aí que sou espelho do meu governo, como se fosse minha culpa a miséria e a desgraça silenciosa de milhares de brasileiros ao longo desse imenso território."

Entre frases anarquistas, e reflexões de uma democracia, nossa conversa se estendeu madrugada adentro, misturando goles de cerveja, e doses de pinga. Ao final, nos despedíamos com um café forte e amargo.

Não conseguimos a resposta sobre o que seria esse "algo maior" que estava chegando, mas como sabemos que a verdade do povo não está somente nas mãos (e reuniões) dos estudantes, a curiosidade não se estendeu a ponto de tirar o sono.

Continuamos circulando por aí, tentando buscar não somente nas organizações, mas em cada indivíduo que ainda não tem a resposta para a anulação de seu voto, uma perspectiva do que pode (e deve) ser feito pelo presidente que foi nomeado por uma pequena e mínima parcela de eleitores.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Em 2010 os brasileiros não votaram!

Com aproximadamente 77% dos votos nulos, o novo presidente do Brasil irá assumir seu mandato com o concentimento de apenas 15% da população brasileira, no qual o candidato eleito contabilizou 87% dos votos. (Sim! Isso é possível em nosso código eleitoral)

As grandes mídias se apropriam de diversas especulações para justificar tal fenômeno, sendo que o principal está ligado a Copa do Mundo: "os brasileiros se decepcionaram com o futebol do país, e descontaram nas urnas", anuncia um dos maiores jornais de circulação da cidade de São Paulo.

É óbvio que tal comentário não tem o menor fundamento, e só mostra o quanto os grandes veículos de comunicação substimam a inteligência do nosso povo.

Alguns veículos na internet questionam a existência de uma democracia no país: "Se 99% dos votos forem nulos, mesmo assim é possível eleger um presidente, governador, ou prefeito (...) o código eleitoral permite transformar uma democracia em uma oligarquia"


Nem o partido que prometera dar prioridade as questões ambientais conseguiu convencer os brasileiros. Lia-se a uma semana atrás em um muro pixado próximo a praça da República: "Não mudem o clima, mudem o sistema".

A realidade é que algo está acontecendo com nossa população...algo que não podemos considerar inédito, mas que há anos não se percebia tal mistério e desconfiança pairando no ar.

É como se um silêncio sem justificativa aparente atormentasse os homens do poder, no qual a população estaria saindo do controle de suas rédeas. Mas afinal, cade essa população?

As perguntas que buscamos respostas...

POR QUE OS BRASILEIROS DECIDIRAM ANULAR O VOTO NAS ELEIÇÕES DE 2010? E AFINAL, CADE ESSES BRASILEIROS QUE ANULARAM SEUS VOTOS? IRÃO PERMITIR QUE O NOVO PRESIDENTE EXERÇA O CARGO?


Como não podemos confiar nas pesquisas e notícias que as grandes mídias divulgam (conforme os interesses de poucos) decidimos nos aprofundar sobre tal motivo.

Contamos com a ajuda dos internautas para a explicação de tal acontecimento, e vamos continuar nossa busca, conversando com estudantes, trabalhadores, aposentados, e todos aqueles que representam verdadeiramente a cara do nosso país.


E você, por que anulou seu voto?